Conservador e revolucionário, ousado e tradicionalista, mas acima de tudo um dos mais geniais arquitetos portugueses do século XX, Raul Lino (1879-1974), figura ímpar no panorama arquitetónico nacional, produziu vasta e eclética obra e foi autor da imagem da Casa Portuguesa, constituindo a sua principal preocupação em criar uma arquitetura integrada na paisagem.
Raul Lino recebeu uma educação bipartida entre a Alemanha e Inglaterra, onde adquiriria a sua formação filosófica e histórica. Aos vinte anos regressou a Portugal e aqui pode materializar as teorizações das escolas que frequentara, promovendo uma síntese única na arquitetura nacional.
Assim, a obra de Raul Lino assenta num arquétipo culturalista, no qual predomina a ideia de que só o conhecimento do terreno/paisagem sobrevalorizam conceitos e valores tradicionais da pura arquitetura portuguesa. O arquiteto além de riscar casas, também assinou painéis e azulejos, criou porcelanas, desenhou mobílias, preocupando-se ao mesmo tempo em teorizar as suas conceções, escrevendo artigos, livros e ensaios sobre arquitetura. A par desta atividade exerceu ainda os lugares de Chefe da Repartição de Estudos e Obras e Monumentos e de Superintendente dos Palácios Nacionais.
A vasta obra de Raul Lino encontra-se espalhada um pouco por todo o país.